terça-feira, 26 de outubro de 2010

Estado de Alerta


Existe uma coisa que me faz te amar todos os dias.
 É quando sinto o velho sintoma de quem está apaixonado.

Quando me toca, me beija, me abraça,
Parece que meu coração entra em erupção,
É um pulsar tão forte e desenfreado que me faz sentir
A melhor sensação do mundo.

Mesmo que a ocasião não seja a melhor,
Mesmo que estejamos brigados
Ou mesmo que você não esteja perto de mim,
O simples fato de pensar em você deixa meu coração em estado de alerta.

Alerta que me faz te amar tordos os dias.

Raiele Malta

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sonho



Naquele dia eu viajei
Pelos mares na calda
De um cometa amarelo
Ao pousar senti minhas
Espinhas tremerem e
Um calafrio repousar-se
Em mim...

Extasiada eu observei
Aquele lugar, com
Uma aparência de susto provavelmente
Desenhada em minha face

Era lindo...
E não era mais o mar
Era o céu...

A princípio eu não
Estava entendendo nada
Há instantes eu me via
Sufocada, debatendo-me
Entre as águas, tentando
Encontrar, desesperadamente
Qualquer vestígio de ar
Depois eu estava ali
Via anjos envolta com suas
Asas transparentes e de um
Cristal fabuloso...

Tinha um homem barbudo
E eu parecia, a todo o momento
Que estava flutuando
Eram nuvens, e de fato, eu estava flutuando

Perguntei a Deus, assustada
O que estava acontecendo
E o mesmo homem barbudo
Respondeu: "Minha filha,
Não se assuste você ficará bem"
Segundos depois, meus pulmões
Repulsavam como se estivessem
Procurando o mesmo que eu:
Respirar

E depois, não eram mais nuvens, nem águas
Era a minha cama
Bom, não sei se era sonho ou pesadelo
Mais a imagem daquele homem
Nunca saiu da minha cabeça.


Raiele Malta

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um Trem Para a Estrelas


São 7 horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem protejer ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois


Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

No dia 07 de Julho de 1990, o MAIOR POETA dos últimos tempos foi embora e pegou o seu Trem Paras as Estrelas. Agenor de Miranda Araújo Neto (Cazuza)
Queria viver 70 anos, na terra vieveu apenas 32, mas em nossos corações viverá eternamente.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Meu Mundo


Sabe o meu mundo?

Ele parece uma rosa, sinto que me tocam com delicadeza
E me arremessam com fúria.
Sinto que me colhem, me plantam, me regam, e eu cresço instantaneamente.

Mais é uma rosa vermelha, pecaminosa, inconstante, vulnerável.
Todas as mão me tecem em um labirinto de pecados.

Meu mundo é pequeno, meus espinhos são os mais cruéis,
Parecem farpas, me cortam os punhos e me serra a alma, depois murcha me vetando a respiração.

Meu mundo é um vulcão em erupção.

E eu que pensava que era uma rosa.

Raiele Malta.


domingo, 4 de julho de 2010

Mentiras


Eu vou maltratar corações,
Quando corações não me interessarem mais.
Minto, eles sempre me interessarão.

Eu vou me jogar no infinito e mergulhar em águas profundas,
Só pra cair em teus braços.
Minto, eu não sei nadar.

Eu vou colher as flores de um jardim de mortos.
Rezar por eles e planta-las em pedras de diamantes.
Minto, elas não brotariam mais.

Eu vou pegar estrelas despedaçadas,
Costurá-las em seda e fazer uma coroa de brilhantes.
Minto, eu não sei costurar.

Eu vou cair de joelhos num céu de areia,
Meditar na luz da aurora
E desenhar corações com pincel linear.
Minto, eu não sei desenhar.

Eu vou fechar os olhos, parar de mentir,
E amar. Só amar.

Raiele Malta


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mundo da Lua


Permanecer lúcida era uma tarefa difícil
Pra quem se acostumou a vier na lua.

E mesmo que a realidade rudemente a acordasse
Existia nela grandes vestígios de fantasias.

Alegrava-se a prender todas as borboletas
Azuis em um mural de flores até formar o mais lindo quadro vivo.
E elas se debatiam com força,
E ela as observava com malícia, meio sem juízo.

Todavia, ela as amava e só queria para si a alegria de telas.
Não suportava a idéia de perdê-las, e como toda menina teimosa, também não hesitava em aprisioná-las.

Seu céu de um marinho tão ofuscante, que se via sempre a contemplá-lo.
Seu jardim de um colorido misto, em um aroma entorpecente.
Rogava-o todo dia, perdida em um gozo delirante.
Seu mar tinha as águas adormecidas, mais ainda assim eternamente belo.

E ela voava.
Sonhava.
E pegava nas mãos todas as estrelas do céu.

E quando abruptamente trazida a terra, envolta em seu véu, queria ela desesperadamente voltar para a lua.

Raiele Malta


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Corpo e Alma


Eles eram dois.
Ela tinha os cabelos longos em um dourado ofuscante,
Com a pele extremamente branca.
Ele com a pela morena e barba mal feita,
Os cabelos crespos e negros em pequenos caracóis.

Tão diferentes e tão iguais.

Eles se amavam,
E juntos dividiam sonhos sem egoísmo moldando um futuro brilhante.

Ela, a virgem que penetrava seus sonhos.
Ele, o homem que a fazia dormir com sua voz levemente doce.

Um dia, amando-se em alma ele falou:
_ Quero-te
E ela respondeu
_Mais tu me tens
Ele prosseguiu
_Quero-te nua, fazer-te mulher, fazer-te amor

Por fim, ela respondeu:
_Então toma-te em teus braços e faça-me mulher, e faça-me amor

E caindo em seu colo, vestida apenas em pele,
Reluzindo a nudez de uma virgem gloriosa,
Ela entrega-se a ele, se amam em carne,
E em amor, ela torna-se mulher.

Raiele Malta


quarta-feira, 23 de junho de 2010

Erupção


O ímpeto de crescer e viver intensamente,
foi tão forte em mim, que não consegui resistir a ele.
Enfrentei meus sentimentos.
A vida não é racional!
É louca e cheia de mágoa.

Mas não quero viver comigo mesma.
Quero paixão, prazer, barulho, 
bebedeira, e todo o mal.
Quero ouvir música rouca, 
ver rostos, roçar em corpos,
beber um Benedictine ardente.
Quero conhecer pessoas perversas, 
ser íntima delas.
Quero morder a vida, 
e ser despedaçada por ela.

Eu estava esperando.
Esta é a hora da expansão, 
do viver verdadeiro.

Todo o resto foi uma preparação.
A verdade é que sou inconstante,
com estímulos sensuais em muitas direções.

Fiquei docemente adormecida por alguns séculos,
e entrei em erupção sem avisar.

Anais Nin

sábado, 19 de junho de 2010

Por vezes


Por vezes te sinto em mim, como um mago que conhece todos os caminhos para me corromper... Efusivamente você me toca, me lambe, me deseja. 
Efusivamente, você me quer. E a gente se perde no mesmo céu, no mesmo inferno, no mesmo paraíso. E você delira em mim, e eu deliro em ti, e a gente delira juntos.

Por vezes paro e fico a pensar o quão parecido comigo, você é. O quão louca você me deixa, o quão insaciável você me enceta.

Por vezes te encontro, te perco, me perco e nunca me acho, mais continuo procurando.

Por vezes te paraliso em mútua sintonia, emoção, ilusão. Sabemos que em instantes temos o mundo em mãos, mãos que desejam conhecer o desconhecido, que tem fome e que alimenta a alma com a ternura de crianças paralisadas pelo entorpecer do aroma que transborda o peito, a mente, e leva consigo, a calma.

Por vezes você me vicia, se vicia e tudo vira um único espetáculo, em um único palco, apresentando uma única história. A nossa história.

Aí, por vezes, te encontro a suspirar, e curiosa pergunto o que há.
Sorridente você responde, que, por vezes, aprendeu a amar.

Raiele Malta

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Agora você sabe... E eu também!


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Sinceramente, permito-me confessar que agora tudo mudou.
Uma mudança brusca que arrebatou e me vetou a alma.

Sinceramente, foi o dia mais lindo que vivi, o por do sol mais lindo que contemplei, as estrelas mais brilhantes que vi nascer.

Foi sim, a canção mais bela que já escutei, embora seu déficit de memória tenha atrapalhado a letra.

Sinceramente, me vi sufocada, um sufoco delicioso, eu confesso. Vi-me alarmada, enredada, amarrada. Vi-me completamente despida da realidade.

Mais voltei a tempo de te encontrar, te sufocar, alarmar e enredar em mim.
Agora me perdoa amor, por eu não acreditar em ti. Mais é que antes de vetar minha alma, você tinha me vetado os olhos. 

E só agora eu soube que foi você que em meio as minhas turbulências, se fez presente, entendeu o que se passava em mim, o que eu dizia em silencio, entendeu minha língua e até meus sentimentos. Ah, e você também soube me amar, sem medo nem caprichos. E amor, agora sim eu acredito.
  
É você soube me achar, fui eu que não soube enxergar.
E agora baby, a gente se encontra no mesmo lugar.
Onde eu vi o sol nascer junto aos rabiscos das estrelas mais lindas, onde eu senti a chuva crepitar em mim, e prometi guardar o seu segredo eternamente.

É eu acredito, e você também pode acreditar em mim.

Raiele Malta

domingo, 13 de junho de 2010

Desespero de Vida


Era no fim da tarde
Eu andava distraída, a cantarolar e achar graça da vida...
Até que a mesma bateu em minha cara, 
Esfregando uma realidade, que não tinha nada de engraçada.

Fiquei estupefata com a cena deprimente que eu acompanhava...
Era um ser, que contemplava o lixo em completa decadência

A fome e pobreza estavam estampadas em cada detalhe
Os trapos que lhe cobria o corpo
O suor a escorrer pelo rosto
Tudo em uma imensa podridão


Ele procurava com tanta fome, 
Que ao levar alguns pontas-pé se via mais exasperado a procura de comida
Queria apenas alimentar e matar
O que aos poucos lhe corroía.


E eu ficava perguntando a Deus, 
O que estava acontecendo com o mundo funesto, 
Onde os homens passaram a viver como cães farejadores de carniça. 
Tudo para acalmar o que roncava na barriga 
Como trombetas de dor, fome e exaustão.


Eu sabia que a resposta era óbvia, peremptória. 
Numa era onde a miséria prevalecia ainda maior e abaixo da nata social. 

Onde pessoas eram chutadas como cadáveres putrefatos  
Se não exercessem um padrão de vida, ao menos elevado. 
Onde os que deveriam cuidar, ficam a se vangloriar com o pão, 
Que o pobre homem catava aos prantos, desesperado.

Raiele Malta

sexta-feira, 11 de junho de 2010

É, você não sabe




Você não sabe amor, você não sabe o que se passa em mim,
o que me faz suspirar quando não estás aqui.

Você não sabe também o que eu digo em silêncio,
não entende a minha língua, tão pouco meus sentimentos.

Quando me perco você não sabe onde me achar, e perdida eu continuo,
tentando ao menos me encontrar.

Mas eu não te culpo amor, por me deixares assim sem saber o que pensar,
ou pensar demais por não se ter o que falar.

Não te culpo porque eu também sou assim, tão parecida contigo,
que me acho, por vezes, perdida em ti.

Raiele Malta


quarta-feira, 9 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

Inferno


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Neste inferno de amar, onde na lua eu vejo festejar os meus sonhos...
Te encontro a repousar!

Raiele Malta

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O Menestrel


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Um dia você aprende que...
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você é na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você mesmo pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

William Shakespeare


Segredo



Naquela tarde, me vi perdida em devaneios percorrendo
 uma vastidão de pensamentos até então esquecidos.
Era como se a imagem perfeita em minha frente reluzisse minha memória fraca,
trazendo de volta aquela velha lembrança...

Olhava fixamente o sol despedindo-se da tarde,
era perplexo aquele espetáculo rotineiro,
beijando o mar e o envolvendo com um gigante manto de fogo,
deixando a água quentinha para receber a lua...

O contraste natural em minha pele era arrepiante,
sentir a mistura faiscante da luz do sol
enredada ao toque gélido da lua deixava os meus pêlos enrijecidos
 e minha mente fresca em pensamentos esdrúxulos...

Vinha-me qualquer lembrança que, supostamente, eu tentava esquecer.
A lembrança daquela tarde,
onde eu vi cair à chuva como raios de trovões,
tão forte, que suas gotas pareciam perfurar minha carne.

A instância daquela revelação inutilmente se fez presente.
O medo foi que agiu com êxito e livrou-me de uma condenação apavorante.

Eu poderia extinguir tudo, recuperar o sono
e livrar-me das aflições alucinantes que me acompanhava permanentemente.
Mas quando aceitamos compartilhar um segredo em defesa de um amor,
aceitamos também, as regras impostas por ele.
E por fim a isso, resultaria uma condenação ainda maior.

E graças a esse amor, me vi obrigada a perseverar em silêncio,
e aceitar o destino que eu mesma escolhi.
Mas entre dois males, em geral, escolhemos o desconhecido.

Raiele Malta



sábado, 5 de junho de 2010

Candomblé, nação de fé



Discriminada pelo mundo
Chamada de diabólica, sofrida, guerreira
Muita rebelião provoca
Mas luta e sofre no culto dos vivos
Saudando os mortos
Que são seus amigos.

Veste-se de branco
Representando a paz
Os pobre de cultura
Chamam-na de filhos de satanás
Não importam os preconceituosos
Nem ligam para os tolos
Mas na vida de seus filhos
Os deuses se vestem de ouro.

Atabaques gritam
Pais e mães é hora de dançar
Seus filhos vêm louvar
Desgraçados são os que não sabem festejar
Que minha mãe e meu pai abençoem
Pois somos todos filhos de Oxalá.

Carlos Roberto 


terça-feira, 1 de junho de 2010

Saudade


-->
Eu sinto saudade dos teus lábios tocando os meus,
suas mãos cruzando as minhas, e
 as minhas percorrendo seu rosto.

Saudade da sua voz em melodia
me tirando de uma insônia constante.

De quando olhávamos a imensidão do mar,
tão cristalino,
e eu ali do teu lado,
pertinho e ao mesmo tempo longe,
tão nitidamente que você queria saber,
a todo instante,
onde eu estava.

E eu estava procurando alguma coisa
que guardasse aquilo comigo,
aquela felicidade rara e o sonho perfeito que
você não via e eu não acreditava,
por isso queria guardar

Memorizando em que lugar do tempo eu estava,
pra que depois eu pudesse voltar,
ainda que em pensamento e não me perder outra vez.

E aquele dia,
eu gravei em mim,
tatuado em alma, pra que não saía nunca mais.
Como todos os outros.
Como o próprio Cristo que em pedra e espírito
nos banhavam com aquela paz doravante.

E como você,
que me apresentava à arquitetura
de uma época distante e permanente,
junto à vida de seus antigos moradores,
prisioneiros de uma vida em lama,
medíocre e escassa da liberdade que eu desfrutava com tanta fome,
sede e vontade de continuar vivendo.

E de tudo isso,
fica a saudade,
gostosa até de sentir,
que me faz voltar e viver tudo de novo.
Saudade confesso, de ti.

Raiele Malta




Jovem


“Ninguém fica velho somente por
viver um certo número de anos,
as pessoas ficam velhas por abandonarem
seus ideais.

Os anos enrugam a pele, mas a falta de entusiasmo
enruga a alma.
Preocupação, dúvida, insegurança, medo e desespero,
estes são os longos anos que curvam a cabeça
e fazem o espírito em crescimento
retornar ao pó.

Você é tão jovem quanto sua confiança em si mesmo,
tão velho, quanto seus temores,
tão jovem, quanto sua esperança
e tão velho, quanto seu desespero.”

(Autor Desconhecido)


domingo, 30 de maio de 2010

Amanhã pode ser tarde


Ontem? Isso faz tempo!

Amanhã? Não nos cabe saber...
Amanhã pode ser tarde
Pra você dizer que ama...
Pra você dizer que perdoa...
Pra você dizer que desculpa...
Pra você dizer que quer tentar de novo...
Amanhã pode ser tarde
Pra você pedir perdão
Pra você dizer:
Desculpe o erro foi meu!
Amanhã
O seu amor, pode ser inútil...
O seu perdão pode não ser preciso...
A sua volta, pode não ser esperada...
A sua carta, pode não ser lida...
O seu carinho pode não ser mais necessário...
O seu abraço, pode não encontrar outros braços...
Porque amanhã pode ser tarde para dizer
Amo você,
Estou com saudade,
Perdoe-me!
Desculpe-me!
Você é importante...
Você está tão bem!
Não deixe para amanhã
O seu sorriso
seu abraço 
seu carinho 
seu trabalho 
O  seu sonho 
sua ajuda 
Não deixe para amanhã para perguntar
Porque você está triste?
O que há com você?
Cadê o seu sorriso?
Ainda tenho chance?
Já percebeu que existo?
Porque não começamos de novo?
Sabe que pode contar comigo?
Cadê seus sonhos?
Onde está sua garra?
Lembre-se:
Amanhã pode ser muito tarde...
Procure, vá atrás, insista!
Tente mais uma vez!
Só hoje é definitivo!

(Autor Desconhecido)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dama


-->
Tão mal, era que tinha um jeito perverso de me domar,
me fazer carinho.

E a dor que refletia em meus olhos lhe proporcionava um prazer enorme.
Tão insaciável, era que sua fome em me devorar crescia mais do que qualquer outra.
Queria-me inteiro, sem rodeios, sem anseios.

Ela era uma ninfa, e por ser tão sublime, tinha os olhos cheios de mistérios.

Ela conduzia-me a seu corpo e deixava-me percorrer-lo com toda lentidão,
pois em seu leito, o tempo era eterno, sem pressa.

 E eu sentia toda sua energia sobre mim, tão forte, como um chicote em chamas.
Eu era seu escravo, e ela, minha dama.

Raiele Malta