quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mundo da Lua


Permanecer lúcida era uma tarefa difícil
Pra quem se acostumou a vier na lua.

E mesmo que a realidade rudemente a acordasse
Existia nela grandes vestígios de fantasias.

Alegrava-se a prender todas as borboletas
Azuis em um mural de flores até formar o mais lindo quadro vivo.
E elas se debatiam com força,
E ela as observava com malícia, meio sem juízo.

Todavia, ela as amava e só queria para si a alegria de telas.
Não suportava a idéia de perdê-las, e como toda menina teimosa, também não hesitava em aprisioná-las.

Seu céu de um marinho tão ofuscante, que se via sempre a contemplá-lo.
Seu jardim de um colorido misto, em um aroma entorpecente.
Rogava-o todo dia, perdida em um gozo delirante.
Seu mar tinha as águas adormecidas, mais ainda assim eternamente belo.

E ela voava.
Sonhava.
E pegava nas mãos todas as estrelas do céu.

E quando abruptamente trazida a terra, envolta em seu véu, queria ela desesperadamente voltar para a lua.

Raiele Malta


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