terça-feira, 1 de junho de 2010

Saudade


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Eu sinto saudade dos teus lábios tocando os meus,
suas mãos cruzando as minhas, e
 as minhas percorrendo seu rosto.

Saudade da sua voz em melodia
me tirando de uma insônia constante.

De quando olhávamos a imensidão do mar,
tão cristalino,
e eu ali do teu lado,
pertinho e ao mesmo tempo longe,
tão nitidamente que você queria saber,
a todo instante,
onde eu estava.

E eu estava procurando alguma coisa
que guardasse aquilo comigo,
aquela felicidade rara e o sonho perfeito que
você não via e eu não acreditava,
por isso queria guardar

Memorizando em que lugar do tempo eu estava,
pra que depois eu pudesse voltar,
ainda que em pensamento e não me perder outra vez.

E aquele dia,
eu gravei em mim,
tatuado em alma, pra que não saía nunca mais.
Como todos os outros.
Como o próprio Cristo que em pedra e espírito
nos banhavam com aquela paz doravante.

E como você,
que me apresentava à arquitetura
de uma época distante e permanente,
junto à vida de seus antigos moradores,
prisioneiros de uma vida em lama,
medíocre e escassa da liberdade que eu desfrutava com tanta fome,
sede e vontade de continuar vivendo.

E de tudo isso,
fica a saudade,
gostosa até de sentir,
que me faz voltar e viver tudo de novo.
Saudade confesso, de ti.

Raiele Malta




Um comentário:

  1. Que lindo, Mel!!!
    Muito bonito mesmo!
    Escreves cada vez melhor.
    Parabéns.
    Beijo.

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