quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sinto-te



Eu sinto seu cheiro penetrar minha carne, 
Molhar meu íntimo, e lapidar minha alma. 
E quando se esvai, leva pedaços de mim.

Eu sinto sua pele tocar-me a distância, 
Seu toque fervescente, 
Seu hálito fresco em gotas fortes, cravejar em mim.

Escuto sua voz rouca e suave em meus tímpanos, 
Junto com cada cifra borbulhante. 
E tudo tão distante. Continuo sentindo
.
Aqui, vaga-lumes desfilam em meu corpo, 
E na escuridão suas luzes florescem sobre mim, 
Roubando-me o sono e transpondo-me a realidade que me roga. 

E assim, sigo até você, em pensamentos loucos
 E roucos numa psicodelia constante. 

Eu durmo e acordo cem vezes, 
E você nunca está ali, mais ainda assim, 
Sinto-te com tanta voracidade que logo volto a dormir.

Raiele Malta

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