sábado, 22 de maio de 2010

Borboletas Alarmadas


Sinto borboletas dispersar-se em meu estômago...
Procurando alguma coisa que não tem mais,
Que se forma com tanta rapidez que me veta a sanidade.

Tento efetivar o que existe de sóbrio em meus pensamentos,
Mas isso os tornam mais dilacerados.
Acho que não devo continuar a tentar.

Quero voar,
Encontrar alguma coisa que me cale
E me deixe sem caprichos ao que estou sentindo.
Quero navegar,
Flutuar em um oceano de borboletas coloridas
Que me mostrem o contrário de tudo que é real.
Quero um mundo sem dor!
Não, não quero borboletas, quero beija-flor.
Ou qualquer coisa com menos insanidade.
Amor!

Mas os bichinhos de asas cintilantes
Insistem em permanecer.
Ainda mais violentos.
Ainda mais que 24 horas, petrificados.
E alegrias violentas, tem fins violentos.

Isso me deixa com medo, isolam minhas emoções a pó.
Um medo que vai corroendo brevemente
Cada centímetro de mim. O medo do fim!
Porque a dor,
Bom, a dor já conviveu do meu lado
Tempo suficiente pra me tornar imune a ela.

Mas a dor e o fim andam juntos
E rodeiam corações incrédulos e esperançosos,
Desaguando o torpor amargo
De uma ilusão dormente e fantasiosa.
Morna!

Passo noites de palpitações e anseios amenos,
Tentando identificar essas alegrias repugnantes
E deliciosas que me suspiram a alma.
O que é isso, meu Deus?
Borboletas alarmadas.


 Raiele Malta

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