Naquele dia eu viajei
Pelos mares na calda
De um cometa amarelo
Ao pousar senti minhas
Espinhas tremerem e
Um calafrio repousar-se
Em mim...
Extasiada eu observei
Aquele lugar, com
Uma aparência de susto provavelmente
Desenhada em minha face
Era lindo...
E não era mais o mar
Era o céu...
A princípio eu não
Estava entendendo nada
Há instantes eu me via
Sufocada, debatendo-me
Entre as águas, tentando
Encontrar, desesperadamente
Qualquer vestígio de ar
Depois eu estava ali
Via anjos envolta com suas
Asas transparentes e de um
Cristal fabuloso...
Tinha um homem barbudo
E eu parecia, a todo o momento
Que estava flutuando
Eram nuvens, e de fato, eu estava flutuando
Perguntei a Deus, assustada
O que estava acontecendo
E o mesmo homem barbudo
Respondeu: "Minha filha,
Não se assuste você ficará bem"
Segundos depois, meus pulmões
Repulsavam como se estivessem
Procurando o mesmo que eu:
Respirar
E depois, não eram mais nuvens, nem águas
Era a minha cama
Bom, não sei se era sonho ou pesadelo
Mais a imagem daquele homem
Nunca saiu da minha cabeça.
Raiele Malta